Mujeres-Women-Mulheres, 8 de março | n. 3

[acrescentei PS]

“(...) há uma desastrada lembrança de mim mesma, alguém-mulher querendo compreender a penumbra, a crueldade.” Hilda Hilst





  Quando a Ana me convidou para participar da Oficina “Mujeres-Women-Mulheres” http://mulheres-mujeres.ning.com/, não cogitei mais ninguém: tinha de ser Hilda, tinha de ser Helder e tinha de ser a Pagu O feminino assim: cheio de enigmas e grandes promessas. A mulher que inaugura o tempo. Aquela a pensar do interior da carnadura e pulsante, que se desdobra ao redor de perguntas sem resposta, labirinto corpóreo de regiões intangíveis. Ou, nas palavras de Freud que encontrei casualmente: “continente escuro”. Então, bastou escolher os textos.

 
Primeiro, a menstruação quando na cidade passava. Depois, natureza morta. Hilda deu mais trabalho: procurei encaixar a obscena Senhora D. ou Qadós. Por fim, reconheci ser pretensioso demais, um tanto quanto desastrado e até, vejam só, desrespeitoso, embocar esses escritos no meio de um encontro de duas horas em que haverá outras leituras não menos exigentes. Fiquei matutando: será que Helder e Hilda não podem fazer par na mesma noite? Assim, lembrei do “tempo do corpo”, da “carnadura que se desfaz em sangue”, de um tempo da fome, “do de dentro”, e houve as bodas. A mulher de olhos moles será, na composição, uma chave, para este mundo, sempre considerado perigoso, sempre cheio de enigmas e grandes promessas.

 
Nada é o bastante. @denisearcoverde, no twitter, sugeriu um vídeo: http://ow.ly/1f7DB. Caímos dali para cá:

“...Senhora D, se ao invés desses tratos com o divino, desses luxos do pensamento, tu me fizeste um café, hein? (Hilda Hilst)
Lendo o Caderno Rosa da Lory Lamb, crudelíssimo, e pensando nisso, de ser imagem, de ser carne extraída da costela ou reflexo, o grande par de tetas e a fenda onde se entra. É isso mesmo? Toda polêmica quer desviar sua atenção. É o que digo. Achei excelentes quase todas as falas da Subsecretária do Enfrentamento da Violência Contra a Mulher. E esta, da socióloga: “O que falta é a ótica feminina do que é sensualidade.”

Hilda Hilst: Todos nós estamos na sarjeta, mas alguns de nós olham para as estrelas. (Oscar Wilde) E quem olha se fode. (Lori Lamby)

Por hoje, é só. Amanhã, na Casa das Rosas, às 17 horas, te espero http://migre.me/mihA. Escolhi um batom roxo, à la Pagu. Ah, já me esquecia. Encontrei com o Carlos Eduardo no Google Talk, que manda notícias sobre a banda @esquema_ape. CD produzido com o pessoal do Ludov. Gravações etc.


Beijos, Mai.