Au Port



Cara Maiara, parto amanhã para Paris. Não me esqueço de que você foi o elo de ligação entre Olivier e eu. Ele tem se mostrado uma pessoa muito atenciosa e até calorosa. Fez questão de me esperar no aeroporto de Roissy. E meu vôo chega às 8 da manhã! Esse é um dos muitos exemplos que tenho tido da sua gentileza. Assim sendo, devo isso um pouco a você. Obrigado por tudo. Mando meu abraço também caloroso, para você e o Rodrigo. Até a volta. Chegando, contarei as novidades. Até breve. Seu, frei Bruno Palma.

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Frei, querido!
Que engraçado. Lembrei tanto de você durante o dia. Espero que faça uma ótima viagem e depois me dê notícias. Abraços meus e do Rodrigo e outros ao Olivier. Carinho, Maiara.

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sempre leio o Fomos ao Cinema, que é divertido e inteligente. Copio, anaruschiando, um trecho do Fundamentalista:

Aí eu comprei um sorvete e, enquanto tomava, vi que normalidade tem a ver com higiene. Porque o sorvete escorria todo pelo meu braço, que eu era obrigado a lamber desde o cotovelo.
Daí que ser normal é uma questão de limpeza. Você precisa estar limpo. Sem meleca nem mistura. E sujar-se é muito fácil. Envolver-se suja. Trocas em geral. Mesmo de ideias, que podem subverter convicções antigas. Imagine de emoções, que talvez te inutilizem pra sempre.
E gente limpinha é só gente esquisita disfarçando. Porque gente normal é absolutamente limpa. Pura. Por isso é que é ruim. Bondade suja. Bondade despenteia. Tanta coisa nessa vida despenteia. Beethoven despenteia. E muito. Mas bondade mais. Porque bondade tem a ver com curvar-se e deixar a nuca à mostra. [ler mais]