bem + que os meus 20 e poucos anos | n.1







LIV. Soneto de W. Shakespeare.





Quando a virtude, doce e amável a ornamenta,/Como a beleza nos parece ainda mais bela!/A rosa é bela, mas julgamos que lhe aumenta/A formosura o doce odor que vive nela./A eglantina possui a mesma côr da rosa,/E nos espinhos é-lhe inteiramente igual;/Como a rosa, ela oscila e brinca voluptuosa,/Quando os botões descerra ao hálito estival./Porém na mera forma está sua valia:/Vive sem ser querida, estiola-se ignorada,/Morre em pleno abandono; a rosa, todavia,/Tem doce morte em seu aroma transformada./Também, ao fenecer-te a bela juventude,/Meu verso estilará sua integral virtude.

Para a Maiara, com votos de que cada vez mais cultive a arte da poesia. (Assinatura ilegível). 24 de abril de 1999.